terça-feira, 14 de dezembro de 2010

A PAR

É noite,
Preciso de um sonho, de um pesadelo, que seja.
Só pra movimentar.

Algo que me roube a patológica realidade consciente.
E me coloque em meu lugar.

Recuso supérfluas e efêmeras soluções, porque pra mim não minto.
Mas onde estará o sentido? Não o sinto.

Já é bom passo saber o que acontece,
Saber que a existência padece
E que a vida carece de autêntica significação.

Escrito por Rodrigo Gusmão em 13/12/2010 às 23h45.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Sobre melões

Imagine que você está em um deserto há cinco horas. 40º na cabeça. Você transpira. Talvez você queira algo para refrescar, certo? Aí você encontra um melão fresco e gelado. Um melão pode não ser a melhor coisa do mundo, mas nesse momento ele iria bem, não?

Agora imagine que você está em casa e que acabou de acordar. Você vai à geladeira e come um brigadeiro super gostoso. Aí você abre um melão fresco e gelado e o come. Experimente fazer isso e perceberá que aquele bem vindo melão pós-desértico não é, nem de longe, parecido com esse melão, pós-brigadeiro.

Ambiente, meu amigo. Não há nada que possa fazer isso mudar.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Banalização tecnológica cotidiana

A cada dia a tecnologia está mais acessível e se tornando bastante perigosa em alguns aspectos.

Percebi, há dias atrás, a existência de vlog’s, uma espécie de conta em um site de divulgação de vídeos com gravações caseiras, nas quais as pessoas podem dizer o que lhes ocorre ao pensamento, ou podem atuar, discorrendo sobre assuntos diversos. Em alguns casos, quando “bem” divulgados, podem ser visualizados por milhares e milhares de pessoas, o que os torna poderosos formadores de opiniões. Acredite, isto pode ser realmente negativo, a depender do que se assiste e de quem assiste.

Podem ser utilizados como exemplo estes mais famosos que “bombam” no twitter, ou seja, estes que se tornam altamente conhecidos pela massa que se utiliza desta ferramenta tecnológica contemporânea. Estes (alguns) expressam apenas opiniões, caras, olhares, bocas, palavrões e nada mais. Nada realmente que permita reflexão ou possibilidade de realmente respeitar o que está sendo dito. Mas é compreensível, visto que eles acabam alcançando seu principal objetivo, tornar-se figuras muito conhecidas, famosas, célebres. Não estão interessados na disseminação de informações relevantes e que contribuam para qualquer melhoria da sociedade, mas sim em se autopromover, explicitar suas revoltas contra determinadas classes, obras, grupos sociais. Criticam. Generalizam.

Mas será que estou apenas criticando também? Considero que não! Análise, aqui, não pode ser igualada à crítica.

Refiro-me à critica neste caso, como sendo considerações infundadas a respeito de qualquer coisa ou assunto, apenas pelo prazer de extravasar um sentimento ou direcionar comentários carregados de afeto, simplesmente atacando. Existem pessoas sérias que trabalham com crítica (cinema, esporte, dramaturgia, etc), mas não é desta que trato neste texto.

Ninguém tem o direito de definir o que é bom e o que é ruim (e não estou me referindo às ações que podem ser prejudiciais a outrem e que são crimes previstos em leis). Todos definem para si o que é bom e o que é ruim. Se um filme me faz bem, se gosto de tal, é porquê, de certa forma, necessito assistí-lo para suprir alguma necessidade em mim, por mais simples que seja a configuração desta. Quem tem o direito de definir se uma obra ou qualquer outra coisa que faz bem a tantas pessoas é boa ou ruim? Quem? Particularmente sim, têm todo o direito de dizer, comentar sobre o que lhe faz bem ou mal, o que é bom ou ruim para si.

Aqueles que se julgam inteligentes atacando os outros ou qualquer coisa que seja está a anular qualquer sabedoria que tenha adquirido. Tudo é bom e tudo é ruim!

escrito por Rodrigo Gusmão no dia 28/07/2010

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Não nos conhecemos muito bem
Poucas vezes nos falamos
Mas espero que a proposta que virá, embora fora dos planos
Seja lida sem ressalvas, e possa produzir algum bem

Não conheço muito você
Na verdade pouco nos falamos
Mas já deu para perceber
Que linda mulher você vai ser

Não conheço você muito bem
Então o que me mantém escrevendo?
Talvez seja para reafirmar
A linda mulher que você será

O tempo não precisará dizer
Pois se percebe nesse instante
Que linda mulher você vai ser
Para mim, desde há pouco em diante

Quando escrevo que você
Um dia será assim ou assado
Pergunto-me se não estou adiando
Algo já presente, estampado

Poderia escrever “O tempo dirá... que linda pessoa será”
Não. Seu sorriso, quando surge, brilha
E seu jeito já denuncia...
Denuncia o quê? Algo que se tornará um dia?
Não, a bela pessoa que é

Desculpe-me pelas palavras
Pois, se presentes, motivos têm
Apenas peço segurança
De algo que, para mim, se mantém
E lhe escrevo, na expectativa de que para o bem

Parabéns!


Marco - 28/06/2010

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Inscrição para uma lareira

A vida é um incêndio: nela
dançamos, salamandras mágicas
Que importa restarem cinzas
se a chama foi bela e alta?
Em meio aos torós que desabam,
cantemos a canção das chamas!

Cantemos a canção da vida,
na própria luz consumida...

MARIO QUINTANA

Inscrição para um portão de cemitério

Na mesma pedra se encontram,
Conforme o povo traduz,
Quando se nasce - uma estrela,
Quando se morre - uma cruz.

Mas quantos que aqui repousam
Hão de emendar-nos assim:
"Ponham-me a cruz no princípio...
E a luz da estrela no fim!"

MARIO QUINTANA

sexta-feira, 2 de julho de 2010

DERROTA NA COPA DO MUNDO? REFLITA!

O Brasil acaba de ser derrotado na Copa do Mundo de 2o1o na África do Sul. Entendo que pra quem ama o futebol e o esporte em geral, assim como eu, é inevitável ficar chateado, triste. Porém não podemos nos esquecer de que antes, durante e após a Copa, aconteceram, tem acontecido e acontecerão eventos lamentáveis, como: negligências governamentais, aumento da miséria, fome, racismo, desigualdade social, desemprego, conflitos entre as pessoas, etc.
Não devemos, também, nos esquecer de que este é o ano da eleicão presidencial, onde será eleita a pessoa a quem daremos a responsabilidade de presidir e decidir os rumos de nosso país. A decisão depende de nós. Sejamos patriotas, assim como no Esporte, neste momento tão importante que vive o nosso Brasil.
Sugiro levantarmos a cabeça e refletirmos que o caráter do Esporte é exatamente esse, onde um sai "vencedor" e outro sai "derrotado". Assim como tudo na vida, a tristeza estará presente, se tornando, às vezes, inevitável. Mas esta tristeza toda com a derrota de nosso país, em termos de disputa esportiva, na Copa do Mundo é extremamente compreensível. Afinal, este é o único tipo de "guerra" (disputa) onde nos confrontamos, frente a frente, com outros países. Considero este um fato a ser comemorado.
- escrito por Rodrigo Gusmão no dia 02/07/2010, minutos após eliminação do Brasil na Copa.